Hoje vim conversar com vocês sobre um assunto um pouco diferente. Nem sempre eu falo sobre filmes aqui, mas de vez em quando bate uma vontade incontrolável então cá estou eu. Não sou nenhuma crítica profissional de cinema, mas acredito que sei perceber quando um filme é impactante e de grande qualidade. E é por isso que hoje eu vim indicar pra vocês o filme Incêndios (Incendies, 2010), do diretor Denis Villenueve. Indicado ao Oscar 2011 de melhor filme estrangeiro.
Eu assisti ao filme na Netflix essa semana com meu marido, por indicação da Silvia (que é colaboradora aqui do blog) e quando o filme acabou eu fiquei sem palavras por pelo menos uns 5 minutos. Sim, esse é o estado catatônico que o expectador corre o risco de ficar após Incêndios.
É bem difícil contar aqui pra vocês sobre o enredo do filme pois qualquer coisa (sério, qualquer coisa) que você saiba de antemão pode comprometer sua experiência ao assistir o filme, mas vamos lá, farei uma breve sinopse da história. Após a morte da mãe, os irmãos gêmeos Jeanne e Simon Marwan recebem duas cartas, uma endereçada ao pai, que eles supunham estar morto, e outra a um outro irmão, que eles não sabiam da existência, e a partir de então lhes é incumbida a missão de entregar-lhes essas cartas póstumas. A tarefa os leva ao Oriente Médio pós guerra, onde eles vão conhecer a verdadeira história de sua família. Muito do que eles descobrem é perturbador e difícil de aceitar.
Alguns segredos a gente não conta nem para a família. (via Netflix)
A viagem visual desse filme nos proporciona um panorama áspero sobre a guerra, a miséria e uma vida de falta de escolhas e sobrevivência. A realidade apresentada é amarga e angustiante. A fotografia em tons quentes e vívidos aguça ainda mais a violência e o clima aterrorizante das cenas passadas no Oriente Médio. A direção de arte e fotografia realmente caprichou. Assim como a trilha sonora que se encaixa perfeitamente com as cenas. São 139 minutos de puro desconforto e angústia misturados a um encantamento pelo trabalho em conjunto tão bem feito. Esse é um filme para quem quer “sentir” algo, seja um incômodo, um choque de realidade ou mesmo pura indignação.
Falando assim parece que não vale a pena assistir um filme para ficar triste, certo? Errado. Os filmes servem para causar algum impacto ou sentimento no expectador e a tarefa desse filme foi perfeitamente cumprida. Esse é o tipo de filme que as pessoas chamam de soco na boca do estômago ou tapa na cara. Recomendo muito que vocês assistam e deixem suas opiniões aqui, esse filme precisa ser espalhado por aí.
Aproveitei a deixa desse filme para vir comentar com vocês também sobre filmes estrangeiros, em especial, os franceses. Não sei se todo mundo sabe, mas eu fiz 4 anos de curso de francês (e isso já fazem uns 2 ou 3 anos) e quanto mais tempo se passa mais eu perco o idioma, o que é extremamente frustrante depois de estudar tanto. Uma das formas que eu tenho de colocar o idioma em prática é assistindo filmes, e confesso que já sou uma apaixonada por filmes franceses. Quando a Silvia me indicou esse filme, ela não disse que era francês, se tivesse dito eu teria dado o play imediatamente (risos). Alguns filmes franceses que eu assisti ano passado e gostei muito foram Minha Estrela da Sorte, A Delicadeza do Amor, Azul é a cor mais quente, Paris-Manhattan e Minhas tardes com Margueritte. Esse ano pretendo assistir muitos mais e comentar aqui com vocês. E por acaso, se vocês tiverem sugestões de filmes franceses para me dar, serão muito bem vindas!