Dizem que o necessário é aquilo que é indispensável. Talvez por esse motivo os estúdios Disney trouxeram às telonas dos cinemas neste mês de abril uma história essencial para representar seu time de live-actions em 2016. O menino criado por lobos ganha vida e já é hora de adentrar a extensa e bela selva.

A primeira vez que Mogli apareceu nos cinemas foi exatamente em 1967. Walt Disney animou O Livro da Selva (The Jungle Book), obra de maior sucesso do escritor britânico Rudyard Kipling, de uma forma inesquecível. Passados quase cinquenta anos desde a estreia da animação, Mogli surge nos cinemas em carne e osso. Mogli, O Menino Lobo traz todos os personagens já conhecidos da animação dos anos 60. Mogli é um menino cativante que foi criado por uma família de lobos e assistido de perto por Bagheera, a pantera. Quando uma grande seca assola a selva e faz com que todos os animais se reúnam à beira de uma rasa água Mogli é visto por Shere Khan, o tigre, que o ameaça alegando que o menino se tornará um perigo para todos os animais. Para sobreviver Mogli é forçado a ir embora da selva. Em sua jornada ele conhece figuras hilárias, como o urso Baloo, mas também se depara com animais perigosos, que são os casos do grande macaco Louie e da letal serpente Kaa. A jornada de Mogli o fará entender o valor que ele tem para si mesmo e para todos aqueles que o amam.

Mogli é interpretado pelo encantador ator Neel Sethi. Ele é o único ser real que aparece no filme. Todos os outros personagens foram criados através de computação gráfica! Mas o fato é que tudo o que foi criado nos computadores não parece ser uma obra digital. O realismo é um dos pontos mais fortes de todo o filme. Outro ponto maravilhoso é que, pela primeira vez, um live-action dos estúdios Disney conta com canções originais da animação clássica. Ouvir e ver Baloo e Mogli cantando Somente O Necessário, por exemplo, foi nostálgico! Impossível não cantar junto!

Os animais da selva foram dublados/interpretados por atores conhecidos mundialmente. Nomes como os de Scarlett Johansson, Lupita Nyong’o, Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba e Christopher Walken são destaque. A versão brasileira das vozes dos animais é impecável. A voz da sábia e protetora pantera Bagheera é do ator Dan Stulbach. O divertido e maravilhoso urso Baloo é interpretado por Marcos Palmeira. Thiago Lacerda ficou encarregado de falar pelas presas do temido tigre Shere Khan. Julia Lemmertz dá toda sua serenidade à loba Raksha, mãe de Mogli. O rei dos macacos, Louie, enorme e de pelos alaranjados, tem a voz de Thiago Abravanel. E a sedutora e hipnotizante serpente Kaa foi dublada por Alinne Moraes.

É quase impossível distinguir o que é tecnologia e o que é real no filme. Os olhos saltam diante da beleza e magnitude dos cenários arborizados e coloridos. Pode ser que nem mesmo galhos, flores e folhas da vida real sejam tão vivos quanto à natureza da selva onde vive Mogli e seus amigos. Mas o filme não é só um gráfico bonito. Longe disso. Acompanhando os passos de Mogli nos deparamos com um dilema que é enfrentado por muitos: o lugar que cada um tem no mundo.

Talvez todos já se sentiram deslocados, sem saber exatamente para onde ir. É uma batalha interna que é difícil de ser vencida. É dito a Mogli que seu lugar é junto com os homens, que ele não pode fazer parte da selva. Mas como alguém que não seja ele mesmo pode definir a que lugar ele pertence? Cada um sabe exatamente o que sente, o que quer, e só com experiências, boas e ruins, conseguimos visualizar o nosso próprio mundo, aquilo que para sempre fará parte de nós: bons momentos, amigos, família, sorrisos… A emoção de ser quem queremos de fato ser e onde queremos estar.

Com direção de Jon Favreau e roteiro escrito por Justin Marks, Mogli, O Menino Lobo é uma homenagem ao jeito clássico de produzir clássicos de Walt Disney. Cada vez mais os estúdios Disney estão acertando em suas produções baseadas em suas animações clássicas. É necessário, sem dúvidas, que todos assistam ao filme e aqueles que já o assistiram devem vê-lo outra vez. Confffffiem em mim. O filme é inesssssquecível, fffffabuloso.